A fuga, as rusgas e as pulgas
A fuga de um
asilado.
A rusga de um ente federado.
As pulgas de um cão infestado.
A fuga
mais do que planejada.
A rusga deveras articulada.
As pulgas além de uma orelha
imaginária.
A fuga nas asas de uma abelha operária.
A rusga mais do que
temerária. As pulgas sem saltos altos e sem sandálias.
Instante da diplomacia trincada e sorrateira.
Itamaraty da Alvorada em nada hospitaleira.
Pátria boliviana.
Nação brasileira.
Fronteira ultrapassada.
Transferência improvisada.
Acolhida contestada.
Trâmite
legal.
Salvo conduto sem condutor.
Boas vindas ao corrupto senador.
Espremedor
sem laranja lima.
Dedo da presidente Dilma.
Olhos do Congresso Nacional.
Ouvidos moucos. Destrato internacional.
Incidente em
percussão.
Translado terrestre.
Translado de avião.
Translado na contra mão.
Translado mais do que ministerial.
Translado em desacordo governamental.
Transladado político.
Transladado processual.
Transladado em continuado vendaval.
Brasília, Capital. Brasília, refúgio passageiro.
Brasília, paradeiro.
Brasília,
condomínio sem porteiro.
Caçamba da mesma
boiada em travessia.
Berrante da conturbada democracia.
Ingerências na ordem do
dia.
Água fria em gato escaldado.
Café pingado requentado.
Prato feito em nada
comercial.
Baião de dois sem sal. Goiabada sem requeijão.
Beijo, beijo. Pão,
pão. Mickey, Pateta ou Plutão?
Walt Disney, não. Realidade sem quadrinhos ou
qualquer ficção.
Irmãos ou Direitos Humanos?
Patriotas ou incidentes
republicanos?
Fuga fugaz.
Rusga em andamento.
Pulgas ou carrapatos?
Argumentos
ou fatos?
Retratação tardia.
Estado ou estadia?
Abrigo ou guarita ilegal?
Deportação ou franquia institucional?
Fuga em tempo e em espaço real.
Rusga além de uma
Capital Federal.
Pulgas importadas.
Pulgas patenteadas. Pulgas alastradas.
Pulgas saneadas.
Pulgas politizadas.
Pulgas saltitantes.
Pulgas diplomadas.
Pulgas plagiadas.
Pulgas das pernas depiladas...
- Quem as
depilou?
Em quantos hospedeiros as pulgas em voga o sangue sugou?
PS. O ministério da poesia adverte: Pulgas nem sempre rimam
com rusgas.
O verso continuará livre enquanto perdurar a liberdade de
expressão.
Acima de qualquer ministro, abaixo de qualquer ditadura em qualquer
rincão.
Airton Reis, professor, poeta e embaixador da paz em Mato
Grosso. airtonreis.poeta@gmail.com
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