terça-feira, 27 de maio de 2014

Reportagem na Revista de Mato Grosso - Despertar Poético nas Escolas.



Reportagem na Revista de Mato Grosso - Despertar Poético nas Escolas.
(Páginas 20, 21, 22 e 23).
Abraços!
Airton Reis.

Papuda: Cama e mesa!

Papuda: Cama e mesa!
    Cama de campanha desarmada. Cama beliche em oferta na Casa Democracia. Cama de cimento na ordem do dia. Cama de cela sem alforria. Baião de dois. Couve refogada. Angu legislativo. Revirado palaciano. Prato cuiabano. País? Republicano! Povo? Mais uma vez enganado! Eleitorado? Preterido! Estado? Desgovernado! Colarinho engomado? Reeditado!
    Sono da tranqüilidade. Pesadelo da realidade. Travesseiro da corrupção. Fronha da sofreguidão. Funil em decantação. “Mensaleiros” de um outro “mensalão”. Mestres sem sala. Companheiros de uma mesma ala. Aprendizes da negociata em escala. Malas de rodinhas. Partidas sem bandeirinhas. Maleiros de um mato sem cachorro. Conselheiros de um mesmo tesouro. Ouro cigano. Passageiros algemados. Cano? Cana!
    Para a Papuda foi mais uma dupla carimbada. Na Papuda estará mais de uma facção sorrateira desarticulada. Na Papuda a rivalidade é menos acirrada. Na Papuda a cama é de espuma e o banho é sem sabão. Na Papuda a mesa é rodízio servido na bandeja. Na Papuda o bolo é sem cereja. Na Papuda não faz teia a aranha carangueja.
    Na Papuda, o caviar é de sagu. Na Papuda, um lambari é pacu. Na Papuda, o banheiro é coletivo. Na Papuda, o Sol é cativo. Na Papuda, o luar não é estrelado. Na Papuda, mais de um prisioneiro desmascarado. Na Papuda, o fim de uma carreira. Na Papuda, a alma lavada do povo brasileiro. Na Papuda, o corpo vil da corrupção institucionalizada. Na Papuda, figura quem pensou que a água mole em pedra dura não fura. Na Papuda, nem guloseima e nem travessura.
       Papuda: Cama e mesa! Vamos comemorar! Papuda: Cama e mesa! Eles vão degustar! Papuda: Cama e mesa! Eles vão acordar! Papuda: Cama e mesa! Vamos aplaudir os condutores destemidos diante dos deveres cumpridos! Papuda: Cama e mesa! Vamos vaiar os criminosos infratores conduzidos!
        Afinal, muito mais do que um galinheiro sem galo. Afinal, muito mais do que um pé de meia com calo. Afinal, um estrondo, um abalo. Fui claro?
Airton Reis, professor e poeta.

Ópera da operação!

Ópera da operação!
        Um maestro fiel a partitura em nada medieval. Uma apresentação matinal. Um coral cadenciado. Um ente federado. Um instrumento afinado. Uma orquestra melodiosa. Um cravo despetalado. Uma rosa sem jardim. Um solista. Uma torre de marfim. Um princípio. Um meio. Um fim. Um anjinho levado. Um querubim disfarçado.
         Uma regência federal. Um aparato musical. Um violino. Um piano. Um país republicano. Um público mais do que pagante. Uma bilheteria lotada. Uma papelada. Um papelão. Uma busca. Um mandado. Um contraponto. Uma harmonia. Um saque. Uma pirataria. Um gesto. Um manifesto. Uma democracia. Uma banda. Um vocal. Uma sinfonia estadual. Um canário da terra. Um pardal de Portugal. Uma anhuma do Pantanal.
         Uma investigação. Uma marcação. Um Estado. Um município. Uma capital. Um país. Um tribunal. Uma corte. Uma beca. Um bico. Um bocado. Um dedo indicador. Um amigo. Um conselheiro. Um salário promissor. Uma empresa. Uma negociação. Um voto de confiança. Uma aliança eleitoral. Uma receita experimental. Um lirismo popular. Um dom de iludir. Uma aptidão para enganar.
         Sentidos e sentimentos. Palácios e parlamentos. Tenor e contratenor. Deputado, ex-secretario e governador. Baixo e soprano. Contralto e contratador. Obra conjunta. Obra séria. Obra bufa. Obra notável. Obra imediata. Obra francesa. Obra alemã. Obra brasileira. Obra cidadã. Obra em Portugal. Obra pré-copa mundial. Malas e maletas. Pás e picaretas. Lavagem sem sabão. Varal sem pregador. Escala e escalão. Máquina e maquinação. Construção e construtora. Delação premiada. Factoring de fachada. Pistola e pistolão. Voz de prisão. Projeto e incorporação. Terraplanagem inacabada. Temporada prolongada. Reserva prisional. Jornal local. Jornal Hoje. Jornal Nacional.
         Artigos indefinidos. Sujeitos nem tão ocultos assim. Verbos conjugados em mais de uma pessoa. Gente grande. Gente gigante. Gente pequena. Gente agente. Gente gerente. Gente secretariada. Gente flagrada. Gente aprisionada. Gente conduzida. Gente maculada. Gente enriquecida. Gente lesada. Gente dormente. Gente acordada. Gente berrante. Gente boiada na invernada.
         Ópera deflagrada. Ópera em execução. Ópera do espião. Ópera do grilo falante. Ópera da borboleta sem asa. Ópera da colméia sem zangão. Ópera do cupinzeiro em mais de uma infestação. Ópera do bicho carpinteiro em mais de uma lotação. Ópera do dinheiro na escala do cifrão. Ópera do “operário” contratado em outro “mensalão”. Fim da linha. Parada final. Palco em nada teatral. Cortinas fechadas. Palmas e ovação. Provas e prisão. Maestro sobre fiança. Mato Grosso em vexatória governança. Cuiabá em contraditória administração. Operadores do Direito em argumentação. E os fatos?     
         Relatos? Regatos? Retratos da corrupção... Viva a liberdade de expressão! Louros? Besouros? Veteranos ou calouros? Bilheteria? Esgotada... Ópera da operação!

Airton Reis, professor, poeta, embaixador universal da paz, vice-governador da Associação Internacional de Poetas – Mato Grosso.

Diálogos Poéticos...

Nascemos nus
     “Segundo o que normalmente se aceita em termos de pensamento filosófico, ao menos dos não oposicionistas a Kant, a realidade é como nós a conhecemos. 
      
      Daí resulta que a realidade muda com o conhecimento. Ainda que para Marx nada exista além dos fenômenos, dada sua concepção materialista de mundo e de conhecimento como superestrutura, baseado nas nossas necessidades e nos nossos interesses, o certo é que o pensamento kantiano resta atualizado.
      
       Partindo dessa premissa como verdadeira, de que o conhecimento faz a realidade, como pode um homem ou uma mulher chegar à autoconsciência? Pela contemplação? Goethe responde que não, mas, sim, pela ação.
       
       Então, é legítimo concluir que o homem ou a mulher de ação é que faz história, que muda a realidade. Mas, e se a ação for entregue ao rebanho, mais precisamente, ao espírito de rebanho, ou seja, a qualquer movimento entregue a si mesmo, sem qualquer referencial teórico ou posicionamento político pragmático?
       
       Estar-se-ia, aqui, a endossar uma realidade mediocrizada dos novos tempos? 
  
       Na novela de Chesterton – Ingenuidade do padre Brown -, existe uma passagem, também lembrada por Antonio Gramsci nos “Cadernos do Cárcere”, do seguinte tipo: “Uma velha senhora mora em um castelo com vinte servos; é visitada por uma outra senhora e lhe diz – Estou sempre tão sozinha etc. O médico lhe anuncia que há peste nos arredores, perigo de contágio etc., e então ela diz – Mas somos tantos!”. 
       O que separa a necessidade de cada qual da capacidade de cada qual, e, de ambas, da concepção de justiça de cada qual? Se o conhecimento transforma a realidade; se é estruturante, não lógico, portanto, e dependente de premissas mais ou menos sólidas, mais ou menos confiáveis, saneadas ou não por processos dialéticos, podemos afirmar que os fatos sociais são arquétipos à disposição dos diversos mecanismos de apreensão, sempre dependentes do preparo dos intérpretes.                      
       Nesse caminhar, e somente após cuidadoso emprego de contemplação, apesar de Goethe, e para se evitar argumentos sem prova, é que se pode introjetar a afirmação do professor Richard Epstein, da Universidade de Chicago: “O estudo sobre as instituições humanas é sempre uma pesquisa sobre as imperfeições que se revelam mais toleráveis”.
       Atualmente, vimos manifestações e passeatas acontecerem sem qualquer componente ideológico ou político-partidário.
       Manifesta-se contra ou a favor de qualquer coisa, não há uma pauta pré-definida.    
       O sujeito se identifica como participante de algo maior, que transcende às crenças ou ideologias, se colocando num patamar moral superior, dizendo ser apartidário ou encarnação de uma consciência universal legitimadora.
       Instituições e poderes têm sido vítimas disso. O argumento de autoridade perde cada vez mais espaço para a crença na relatividade de tudo.
       A realidade que se está a formar santifica o discurso da individualidade em face do Estado e do coletivo, pois, o que sobra é a irresponsabilidade intelectual e ética. A arrogância é a marca - penso assim, e dane-se o resto.
       Não há espaço para o diálogo e confronto de idéias, mesmo porque seus adeptos não as têm.
       Fundam-se na convicção de que as restrições sociais são causa de infelicidade e inquietude, fazendo coro à afirmação de Rousseau de que “O homem nasceu livre e por toda parte se encontra acorrentado”.
       Da rede de descanso a saborear um cachimbo, sou só contemplação. Menos ação, menos..., se o caminho não é pensado.
       De realidade em realidade, estou conhecendo o mundo. É por aí...”.

GONÇALO ANTUNES DE BARROS NETO é juiz de Direito em Cuiabá. Membro da diretoria da Associação Internacional de Poetas – Mato Grosso.
antunesdebarros@hotmail.com

Vivemos vestidos...
    Vivemos vestidos: Vestidos e investidos pela ampulheta do tempo universal. Vestidos e investidos da alma em evolução espiritual. Vestidos e investidos da personalidade exclusivamente pessoal. Vestidos e investidos do livre arbítrio incondicional. Vestidos e investidos da lógica existencial. Vestidos e investidos de um Poder mais do que central. Vestidos e investidos da força mais do que eleitoral. Vestidos e investidos da beleza em mais de uma paisagem natural. Vestidos e investidos da sabedoria mais do que intelectual.
    Vestimentas e véus. Vetustas rainhas e velhos continentes. Varões dos descendentes em mais de uma coroa nem sempre imperial.  Vilões da cartola nem sempre inglesa. Votos validados aquém de uma mesa sem qualquer toalha de renda francesa. Vaso trincado de porcelana quase chinesa. Vernáculo da língua portuguesa. Vespas errantes. Mais de um vaga-lume apagado. Voto livre, secreto e universal ou voto negociado? Eleitorado beneficiado ou rebanho do mesmo gado? Livre e de bons costumes ou reincidente penitenciado? Vade mecum ignorado!
    Vivemos a incerteza. Vivemos a insegurança. Vivemos a cobrança de impostos excessivos. Vivemos cativos. Vivemos ameaçados. Vivemos cercados. Vivemos murados. Vivemos o conto do vigário. Vivemos a realidade. Vivemos o imaginário. Vivemos a ficção. Vivemos o drama. Vivemos o dramalhão. Vivemos o circo armado. Vivemos o pão amanhecido esmigalhado. Vivemos o óleo perfurado. Vivemos no olho do furacão. Vivemos no país da exclusão. Vivemos na pátria da chuteira. Vivemos na nação brasileira.
    Vivemos a vergonha de um analfabetismo camuflado em mais de uma região. Vivemos a decadência de um parlamento maculado por mais de uma ocasião. Vivemos a decadência de um pronto socorro sucateado em mais de um plantão. Vivemos a emergência alarmante no mesmo horizonte cidadão. Vivemos a violência de cada dia, de cada noite ou de cada madrugada. Vivemos com a boca fechada. Vivemos com a dengue alastrada. Vivemos a corrupção generalizada.
    Veste-se verso além de um poema sem leitor. Veste-se verso diante de mais de um interlocutor. Veste-se verso, aqui e agora, aonde este poeta se encontra temporalmente investido no cargo de vice-governador. Veste-se verso e se invista da poesia enquanto labor. Veste-se verso e se invista do diploma de professor. Vivos, vestidos e investidos, nós prosseguimos versejando em nome do amor!
Poeta Airton Reis, vice-governador da Associação Internacional de Poetas – Mato Grosso, para o escritor e associado Gonçalo Antunes de Barros, em congratulações pelo texto “Nascemos nus”.

Despertar Poético: 2ª. Edição

Despertar Poético: 2ª. Edição
      Associação Internacional de Poetas – Mato Grosso em 2ª. Edição. Lua de maio. Crescente produção literária em ação. Noite iluminada. Oficina poética reeditada. BPW - Mulheres de Negócios sintonizadas em versos repentinos. Música e poesia. Talentos revelados. Versos irmanados pelo belo e pelo universal. Cuiabá terra natal. Cuiabá em horizonte cultural. Cuiabá em vértice elevado. Cuiabá muito mais do que a Capital de um Estado Federado.
      Rua Israel. Bairro Santa Rosa. José Floriano e Margareth em fraterna recepção. Anfitriões da rima livre. Guardiões da liberdade de expressão. Jardim da prosa. Lira harmoniosa. Letras em oração. Poemas em vazão. Delta da emoção. Almas em evolução. Força da união. Pavimento gramatical. Tempo da palavra em letra regional. Meandros navegados. Margens verdejantes. Associadas e associados. Ilustres convidados.
      Luar iluminador. Trovas de amor. Sintonia com o Criador. Despertar da emoção. Tempo cidadão. Espaço acolhedor. Compromisso social. Fazer institucional. Despertar existencial. Magnitude ambiental. Tempo do verso em portal. Espaço da poesia sem qualquer mistificação. Comprometimento cidadão. Ser poeta. Ser comunicação. Ser sentimento. Ser lapidação. Ser verbo conjugado. Ser substantivo ampliado. Ser predicado da razão. Ser sujeito em mais de uma oração.
     Cá estamos em nossa segunda edição. Cá estamos irmanados em Associação. Cá estamos com o lápis e o papel na mão. Cá estamos cultivando a harmonia. Cá estamos exercitando a poesia. Eliane, Isabel e Raquel. Deize, Carla e Sílvia. Maridilza, Cláudia e Mariza. Glauce, Zilda e Sebastiana. Luzia, Vera e Zuleica. Wanda, Jaime e Gean. Camila, Wilson e Sueli. Neneto, Sávio, Lúcia. Estamos aqui e acolá. Irmanados prosseguimos além de Cuiabá.
      Próxima alvorada? A nossa terceira edição. Próxima estação? Um trilho com mais de um vagão. Próxima alvorada? A nossa terceira edição. Próxima parada? A Melhor Idade em adesão. Próximo sarau? Um compromisso movido pelo mesmo ideal. Ser verso, ser poema, ser poesia sem ponto final. Assim seja!
Airton Reis, vice-governador da Associação Internacional de Poetas – Mato Grosso.