terça-feira, 12 de novembro de 2013

Cuiabá: Hoje e amanhã!

Cuiabá: Hoje e amanhã!

Hoje uma capital em vias de urbanização.
Hoje uma cidade em construção.
Hoje um rio em agonia mais do que ambiental.
Hoje um porto secular sem navegação comercial.
Hoje uma administração municipal comprometida com a população.
Hoje um patrimônio arquitetônico em degradação.
Hoje uma saúde pública em agonia.
Hoje uma página virada da cidadania.
Hoje uma paisagem natural alterada pela ocupação humana.
Hoje uma extensão institucional da pátria republicana.
Hoje um horizonte constitucional em direito, em dever e em obrigação.
Hoje um vértice cultural ampliado pelo saber e pela determinação.
Hoje uma democracia respaldada em representação popular.
Hoje uma vida, uma casa, uma creche, uma escola, uma vaga hospitalar.
Hoje uma infância, uma juventude, uma melhor idade, um mesmo laborar.
Hoje uma sociedade, um bairro, uma praça, uma rua, uma avenida.
Hoje uma promessa eleitoral, um compromisso, uma dívida.
Hoje uma família unida e ampliada de geração em geração.
Hoje uma família florida e perpetuada em frutificação.
Hoje o próximo reconhecido e atendido em mais de uma solicitação.
Hoje um canteiro de obras em mais de uma realização.
Hoje a força e a beleza da união. Hoje o futuro delineado em bis e refrão!
Irmão\ Airton Reis – \M\ ARLS Legionários do Saber, Nº. 89 – GLEMT.


sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Quem é que...

Quem é que...
    Fundo em nada falso. Relapso em nada pessoal. Adereço eleitoral. Complemento mensal. Real de cada dia, de cada noite e de cada madrugada em mais de um rincão do território nacional. Real de cada classe social distanciada pela mesma democracia dissociada em representatividade elencada em Carta Magna Constitucional.
   Medidas em molde. Polegadas do dedo indicador. Centímetros cúbicos do eleitor. Alfinete, tesoura e dedal. Linha na agulha de metal. Costura e armação. Roupa do próximo verão. Roupagem praiana. Moda republicana. Vestidos, revestidos e investidos em mais de um Poder. Fome e vontade de comer. Fome nua e crua continuada a cada alvorecer. Vontade política conjugada pelo verbo cozer.
   Caldeirão institucional. Panela sem pressão do Congresso Nacional. Fervura e escaldado. Entrada e prato principal. Embutido e revirado. Salame fatiado. Queijo importado. Azeitona a granel. Palanque e papel. Palito e guardanapo. Aparato e aparador. Cardápio do legislador. Mesa arrumada. Vela no castiçal. Ceia antecipada de Natal. Guloseima e rabanada. Casa superficialmente arrumada. Travessura mais do que ensaiada.
    Visitante internacional com hora marcada. Varanda ampliada. Copa cozinha conjugada. Suíte em nada presidencial. Clientela mais do que empresarial. Banho a vapor. Banho de imersão. Banheira de casal. Água termal. O alfaiate do colarinho acetinado. A cozinheira do avental estampado. O alfaiate do corte exclusivo da realeza de plantão. A cozinheira da corte em mais de uma ocasião.
    Cama, mesa e banho. Colcha nova no colchão mais do que desgastado. Fronha no travesseiro improvisado. Toalha rendada. Iguaria variada. Sabonete inglês. Perfume francês. O alfaiate e a cozinheira com voz e com vez. O alfaiate e a cozinheira da mesma clientela que virou freguês. O alfaiate da nudez cada vez mais liberada. A cozinheira da receita original cada vez mais alterada.
     O alfaiate da pátria cada vez mais remendada. A cozinheira da república cada vez mais esfomeada. Gastos e despesas. Contas a pagar. Bolsas e bolsões. Quem é que vai equacionar? Passeio completo. Trapos e farrapos... Quem é que vai usar? Migalhas e mordomias... Quem é que vai desfrutar?
    Nessa festa vale quase tudo. Nessa fará quem entrou tem que saber dançar. Quem é que vai fazer o disco virar? Quem é que vai assistir o Brasil além de um tempo regulamentar? Quem é que vai competir? Quem é que vai perder? Quem é que vai ganhar? Quem é que poderá decidir? Quem é que irá arbitrar?
Airton Reis, professor, poeta e embaixador da paz em Mato Grosso. airtonreis.poeta@gmail.com


Diário da liberdade

Diário da liberdade
      Estávamos na costa de um imenso litoral. Estávamos na rota da navegação comercial. Estávamos no continente berço da humanidade. Estávamos em tribos e nações. Estávamos em bilhões de seres viventes. Estávamos em guerras permanentes. Estávamos em etnia diferenciada pela melanina. Estávamos diante de mais de uma chacina. Estávamos próximos de um holocausto continuado além da travessia. Estávamos nos porões das embarcações. Estávamos acorrentados em aglomerações. Estávamos em exílio da terra natal. Estávamos nus, famintos e sedentos. Estávamos para ser extintos em civilização e em cultura. Estávamos detentos sem denúncia em nome do poder imperial.
      Estávamos de pés descalços e de almas despedaçadas. Estávamos nas praças públicas dos mercantilistas em expansões. Estávamos nas senzalas e nas plantações. Estávamos nas entradas e nas bandeiras. Estávamos nas minerações da prata e do ouro de aluvião. Estávamos no arraial, na vila e em todas as capitanias hereditárias. Estávamos nos quilombos além dos Palmares. Estávamos em culto religioso segregado. Estávamos numa lápide de um cemitério ignorado.
      Estávamos na porta da Igreja sem direito a primeira missa. Estávamos no portão do novo mundo sem porto seguro. Estávamos na janela da saudade em noite enluarada. Estávamos no leite da ama dedicada. Estávamos na força do braço escravizado. Estávamos no ventre violado da mucama adolescente. Estávamos no elo de uma mesma corrente. Estávamos nos troncos e nos castigos de um pelourinho oficial. Estávamos marcados com ferro e fogo por mais de um senhor colonial. Estávamos excluídos da regalia imperial secular. Estávamos além mar.
      Estávamos cumprindo a mesma sentença em exílio existencial. Estávamos na frente dos pelotões de mais de uma guerra em defesa do Império do Brasil imperial. Estávamos nas tribunas e nos parlamentos através da miscigenação. Estávamos na Lei Sexagenária e na Lei do Ventre Livre. Estávamos na Lei Áurea assinada pela princesa regente. Estávamos nos aproximando de uma República inclemente.
       Estávamos no verso de uma poesia sem autor identificado. Estávamos no roteiro de uma peça com mais de um figurante marginalizado. Estávamos diante dos olhos fechados da justiça. Estávamos submissos aos ditames diante da ausência da lei. Estávamos numa pátria sem rei ou imperador. Estávamos numa habitação periférica e sem urbanidade.
      Estávamos no drama da marginalidade. Estávamos excluídos da cidadania brasileira. Estávamos desunidos no pavilhão de uma mesma Bandeira. Estávamos ignorados pela ordem e pelo progresso. Estávamos por direito destinados à igualdade ampla, geral e irrestrita.  Estávamos livres da vida cativa. Estávamos no diário da humanidade de uma pátria viva. Estávamos no diário de uma sociedade em alvorada coletiva.   
      Estávamos no diário da liberdade além de uma data comemorativa. Zumbi vive além dos Palmares de uma monarquia excludente e exclusiva. Zumbi vive além dos olhares de uma resistência pertinente e interativa. Zumbi vive na memória, no reconhecimento e na força da união. Zumbi vive na história de um povo resistente de geração em geração. Zumbi vive na glória de uma pátria sob a égide de uma Constituição. Viva 20 de novembro! Viva a nossa conscientização!
Airton Reis é poeta em Cuiabá-MT. E-mail: airtonreis.poeta@gmail.com


EDUARDO LEITE MAHON - ACRÓSTICO

EDUARDO LEITE MAHON - ACRÓSTICO

Escol literário e gramatical.
Delta da língua portuguesa em manancial.
Universo científico e cultural.
Academia Mato-Grossense de Letras em expressão.
Respeitabilidade, reconhecimento e representação.
Direito pela justiça.
Ordem pela perfeição.
Livros publicados.
Espaços de leituras ampliados.
Ideólogo vocacional.
Tangência e competência profissional.
Esquadro da Sabedoria.
Mestre instalado.
Adamantino polido e lapidado.
Humanista aplicado.
Obreiro da legalidade.
Norte da imortal Liberdade!
Poeta Airton Reis para Eduardo Leite Mahon, presidente eleito da Academia Mato-Grossense de Letras.

Cuiabá-MT, 08 de novembro de 2013.