terça-feira, 12 de novembro de 2013

Cuiabá: Hoje e amanhã!

Cuiabá: Hoje e amanhã!

Hoje uma capital em vias de urbanização.
Hoje uma cidade em construção.
Hoje um rio em agonia mais do que ambiental.
Hoje um porto secular sem navegação comercial.
Hoje uma administração municipal comprometida com a população.
Hoje um patrimônio arquitetônico em degradação.
Hoje uma saúde pública em agonia.
Hoje uma página virada da cidadania.
Hoje uma paisagem natural alterada pela ocupação humana.
Hoje uma extensão institucional da pátria republicana.
Hoje um horizonte constitucional em direito, em dever e em obrigação.
Hoje um vértice cultural ampliado pelo saber e pela determinação.
Hoje uma democracia respaldada em representação popular.
Hoje uma vida, uma casa, uma creche, uma escola, uma vaga hospitalar.
Hoje uma infância, uma juventude, uma melhor idade, um mesmo laborar.
Hoje uma sociedade, um bairro, uma praça, uma rua, uma avenida.
Hoje uma promessa eleitoral, um compromisso, uma dívida.
Hoje uma família unida e ampliada de geração em geração.
Hoje uma família florida e perpetuada em frutificação.
Hoje o próximo reconhecido e atendido em mais de uma solicitação.
Hoje um canteiro de obras em mais de uma realização.
Hoje a força e a beleza da união. Hoje o futuro delineado em bis e refrão!
Irmão\ Airton Reis – \M\ ARLS Legionários do Saber, Nº. 89 – GLEMT.


sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Quem é que...

Quem é que...
    Fundo em nada falso. Relapso em nada pessoal. Adereço eleitoral. Complemento mensal. Real de cada dia, de cada noite e de cada madrugada em mais de um rincão do território nacional. Real de cada classe social distanciada pela mesma democracia dissociada em representatividade elencada em Carta Magna Constitucional.
   Medidas em molde. Polegadas do dedo indicador. Centímetros cúbicos do eleitor. Alfinete, tesoura e dedal. Linha na agulha de metal. Costura e armação. Roupa do próximo verão. Roupagem praiana. Moda republicana. Vestidos, revestidos e investidos em mais de um Poder. Fome e vontade de comer. Fome nua e crua continuada a cada alvorecer. Vontade política conjugada pelo verbo cozer.
   Caldeirão institucional. Panela sem pressão do Congresso Nacional. Fervura e escaldado. Entrada e prato principal. Embutido e revirado. Salame fatiado. Queijo importado. Azeitona a granel. Palanque e papel. Palito e guardanapo. Aparato e aparador. Cardápio do legislador. Mesa arrumada. Vela no castiçal. Ceia antecipada de Natal. Guloseima e rabanada. Casa superficialmente arrumada. Travessura mais do que ensaiada.
    Visitante internacional com hora marcada. Varanda ampliada. Copa cozinha conjugada. Suíte em nada presidencial. Clientela mais do que empresarial. Banho a vapor. Banho de imersão. Banheira de casal. Água termal. O alfaiate do colarinho acetinado. A cozinheira do avental estampado. O alfaiate do corte exclusivo da realeza de plantão. A cozinheira da corte em mais de uma ocasião.
    Cama, mesa e banho. Colcha nova no colchão mais do que desgastado. Fronha no travesseiro improvisado. Toalha rendada. Iguaria variada. Sabonete inglês. Perfume francês. O alfaiate e a cozinheira com voz e com vez. O alfaiate e a cozinheira da mesma clientela que virou freguês. O alfaiate da nudez cada vez mais liberada. A cozinheira da receita original cada vez mais alterada.
     O alfaiate da pátria cada vez mais remendada. A cozinheira da república cada vez mais esfomeada. Gastos e despesas. Contas a pagar. Bolsas e bolsões. Quem é que vai equacionar? Passeio completo. Trapos e farrapos... Quem é que vai usar? Migalhas e mordomias... Quem é que vai desfrutar?
    Nessa festa vale quase tudo. Nessa fará quem entrou tem que saber dançar. Quem é que vai fazer o disco virar? Quem é que vai assistir o Brasil além de um tempo regulamentar? Quem é que vai competir? Quem é que vai perder? Quem é que vai ganhar? Quem é que poderá decidir? Quem é que irá arbitrar?
Airton Reis, professor, poeta e embaixador da paz em Mato Grosso. airtonreis.poeta@gmail.com


Diário da liberdade

Diário da liberdade
      Estávamos na costa de um imenso litoral. Estávamos na rota da navegação comercial. Estávamos no continente berço da humanidade. Estávamos em tribos e nações. Estávamos em bilhões de seres viventes. Estávamos em guerras permanentes. Estávamos em etnia diferenciada pela melanina. Estávamos diante de mais de uma chacina. Estávamos próximos de um holocausto continuado além da travessia. Estávamos nos porões das embarcações. Estávamos acorrentados em aglomerações. Estávamos em exílio da terra natal. Estávamos nus, famintos e sedentos. Estávamos para ser extintos em civilização e em cultura. Estávamos detentos sem denúncia em nome do poder imperial.
      Estávamos de pés descalços e de almas despedaçadas. Estávamos nas praças públicas dos mercantilistas em expansões. Estávamos nas senzalas e nas plantações. Estávamos nas entradas e nas bandeiras. Estávamos nas minerações da prata e do ouro de aluvião. Estávamos no arraial, na vila e em todas as capitanias hereditárias. Estávamos nos quilombos além dos Palmares. Estávamos em culto religioso segregado. Estávamos numa lápide de um cemitério ignorado.
      Estávamos na porta da Igreja sem direito a primeira missa. Estávamos no portão do novo mundo sem porto seguro. Estávamos na janela da saudade em noite enluarada. Estávamos no leite da ama dedicada. Estávamos na força do braço escravizado. Estávamos no ventre violado da mucama adolescente. Estávamos no elo de uma mesma corrente. Estávamos nos troncos e nos castigos de um pelourinho oficial. Estávamos marcados com ferro e fogo por mais de um senhor colonial. Estávamos excluídos da regalia imperial secular. Estávamos além mar.
      Estávamos cumprindo a mesma sentença em exílio existencial. Estávamos na frente dos pelotões de mais de uma guerra em defesa do Império do Brasil imperial. Estávamos nas tribunas e nos parlamentos através da miscigenação. Estávamos na Lei Sexagenária e na Lei do Ventre Livre. Estávamos na Lei Áurea assinada pela princesa regente. Estávamos nos aproximando de uma República inclemente.
       Estávamos no verso de uma poesia sem autor identificado. Estávamos no roteiro de uma peça com mais de um figurante marginalizado. Estávamos diante dos olhos fechados da justiça. Estávamos submissos aos ditames diante da ausência da lei. Estávamos numa pátria sem rei ou imperador. Estávamos numa habitação periférica e sem urbanidade.
      Estávamos no drama da marginalidade. Estávamos excluídos da cidadania brasileira. Estávamos desunidos no pavilhão de uma mesma Bandeira. Estávamos ignorados pela ordem e pelo progresso. Estávamos por direito destinados à igualdade ampla, geral e irrestrita.  Estávamos livres da vida cativa. Estávamos no diário da humanidade de uma pátria viva. Estávamos no diário de uma sociedade em alvorada coletiva.   
      Estávamos no diário da liberdade além de uma data comemorativa. Zumbi vive além dos Palmares de uma monarquia excludente e exclusiva. Zumbi vive além dos olhares de uma resistência pertinente e interativa. Zumbi vive na memória, no reconhecimento e na força da união. Zumbi vive na história de um povo resistente de geração em geração. Zumbi vive na glória de uma pátria sob a égide de uma Constituição. Viva 20 de novembro! Viva a nossa conscientização!
Airton Reis é poeta em Cuiabá-MT. E-mail: airtonreis.poeta@gmail.com


EDUARDO LEITE MAHON - ACRÓSTICO

EDUARDO LEITE MAHON - ACRÓSTICO

Escol literário e gramatical.
Delta da língua portuguesa em manancial.
Universo científico e cultural.
Academia Mato-Grossense de Letras em expressão.
Respeitabilidade, reconhecimento e representação.
Direito pela justiça.
Ordem pela perfeição.
Livros publicados.
Espaços de leituras ampliados.
Ideólogo vocacional.
Tangência e competência profissional.
Esquadro da Sabedoria.
Mestre instalado.
Adamantino polido e lapidado.
Humanista aplicado.
Obreiro da legalidade.
Norte da imortal Liberdade!
Poeta Airton Reis para Eduardo Leite Mahon, presidente eleito da Academia Mato-Grossense de Letras.

Cuiabá-MT, 08 de novembro de 2013.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Livro: Vivas!

Livro: Vivas!



     29 de outubro: Dia Nacional do Livro em mais de uma autoria. Parágrafo da informação. Hora da página virada pela liberdade de expressão. Minuto das margens digitadas à luz da razão. Segundo das palavras publicadas em opinião. Ciência, cultura, conhecimento e saber. Cartas Magnas, Códigos, artigos, direito e dever.
     Receitas do bem viver. Diário aberto em renovado florescer. Dramas em parnasos por vezes aristocráticos. Comédias em picadeiros continuamente armados sobre as mesmas lonas institucionais. Romances extraconjugais. Traições ocasionais. Rituais. Rebeliões. Revoluções. Reformas. Regimentos. Regulamentos. Palácios. Tribunas. Parlamentos. Tratados. Acordos. Estabelecimentos. Mandamentos. Ordenamentos.
     Inventores e inventos. Templos e templários. Corsários e legionários. Escribas e escrivaninhas. Escritores consagrados. Escrivães juramentados. Doutores e Mestres letrados. Professores dedicados. Alunos e alunas sempre bem acompanhados. Estudos continuados. Horizontes ampliados.
     Seis mil anos de memória alfabetizada em linguagens nem sempre traduzidas. Bibliotecas erguidas e demolidas. Bibliotecas vazias e visitadas. Bibliotecas informatizadas. Bibliotecas públicas. Bibliotecas privadas. Bibliotecas ilustres e ilustradas. Bibliotecas prometidas em palanques eleitorais. Bibliotecas em novas aquisições editoriais.
     Seis mil anos de história registrada em grafias. Barro, casca, folha, pedra, papiro, celulose, papel. Impressão em prensa. Capa e contra capa. Apresentação. Prefácio. Sumário. Introdução. Princípio. Meio. Fim. Conclusões. Interrogações:
     Quem lê um livro por ano? Quem lê um livro por mês? Quem lê um livro por dia? Quem escreve o livro da vida humana? Quem resenha o livro da pátria proclamada republicana? Quem abre o livro da Escritura Sagrada? Quem folheia o livro da família evangelizada? Quem acredita que ler é frutificação continuada? Nós cremos, nós leremos! Livro: Vivas!

Airton Reis, professor, poeta e embaixador da paz em Mato Grosso. 




  

Lá vem o vagão...

Lá vem o vagão...

     Prorrogação anunciada. Locomoção adiada. Mobilidade urbana inacabada. Obra parcialmente inaugurada. Fumaça apagada. Hora marcada. Minuto da torcida organizada. Segundo da copa secretariada. Ponteiros da bolada. Arquibancada da cadeira cromada. Arena cronometrada. Hora do milhão institucional. Minuto do apito inicial. Segundo da copa mundial.
    Lá vem o público pagante. Lá vem o turista internacional. Lá vem a alavanca comercial. Lá vem a hotelaria ampliada. Lá vem a via pública arborizada. Lá vem a calçada recuperada. Lá vem o vagão em trilho desconcertante. Lá vem o vagão em rota parcial.
    Lá vem o vagão eleitoreiro. Lá vem o vagão eleitoral. Lá vem o vagão importado. Lá vem o vagão na alameda iluminada. Lá vem o vagão na avenida congestionada. Lá vem o vagão na partida sem chegada. Lá vem o vagão lotado de marmelo e de mamão. Lá vem o vagão enlatado com a marmelada da corrupção.
    Travessia e travessão. Margem capitulada. Desapropriação. Intervenção autorizada. Paisagem urbana modificada. Máquinas em operação. Escavação. Trincheira. Elevação. Ponte. Duplicação. Realização pública. Compromisso governamental. Responsabilidade partilhada. Parceria privada. Espaço municipal. Modernidade em vanguarda nacional. Cuiabá capital. Lá vem o vagão lotado de vento sem maresia. Lá vem o vagão enlatado de ventania.
    Quem prometeu? Quem cumpriu? Quem avistou? Quem embarcou? Quem construiu? Quem desfrutou? Quem perdeu? Quem ganhou? Quem ampliou? Quem reduziu? Quem bancou? Quem transportou? Quem licitou?
    Lá vem o vagão em variante descompassada aqui e acolá. Lá vem o vagão sobre os trilhos traçados além da quase tricentenária Cuiabá. Lá vem o vagão... Um veículo dito leve muito em breve vai apitar. Lá vem o vagão... Um transporte da massa fermentada em recipiente popular. Quem vai operar? Lá vem o vagão... Quando será? Airton Reis, professor, poeta e embaixador da paz em Mato Grosso. airtonreis.poeta@gmail.com


     

Os bichos da vez...

Os bichos da vez...

      Está não é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com pessoas, fatos ou direitos afrontados, não é mera coincidência. É clamor de justiça: Justiça em jogo. Tribunal do júri escalado. Avestruz depenado. Águia do bico serrado. Burro da carga pesada. Borboleta da asa quebrada. Cachorro sem coleira. Cabra pesteada. Carneiro tosado. Camelo ocidental. Cobra criada em território nacional. Coelho afortunado. Cavalo peado. Elefante em nada africano. Galo indiano. Gato escaldado. Jacaré no banhado. Leão de circo. Macaco fazendo mico. Porco pururuca. Pavão arredio. Peru em véspera de natal. Touro malhado. Tigre camuflado. Urso infiltrado. Veado do chifre quebrado. Vaca do bezerro desmamado.
       Apostas abertas. Opiniões declaradas. Instâncias jurídicas observadas. Defesa e acusação. Testemunhas da mesma operação. Assassinatos em seriados sem qualquer censura. Lisura questionada. Liberdade de expressão ameaçada. Liberdade de imprensa a sete palmos de uma mesma sepultura. Jazigo da lei. Terra dos tormentos. Malfeitores em pavimentos ensangüentados. Executores condenados. Mandante em julgado.
      Crime organizado. Crime denunciado. Crime combatido. Crime corriqueiro. Crime cruel. Crime brutal. Crime covarde. Crime sorrateiro. Crime cinzeiro. Crime brasa. Crime braseiro. Crime chama. Crime labareda. Crime fogareiro. Crime forno. Crime fogão. Crime panela de pressão. Crime frigideira. Crime mamadeira da corrupção. Crime fronteira republicana. Crime em ocorrência cuiabana. Crime casca da mesma banana. Crime fruto da mesma vingança insana.
      Sávio sabia mais do que qualquer sábia, até então livre para voar. Sávio fazia mais do que qualquer barulho, até então orquestrado por sopranos de par em par. Sávio perdeu a vida e ganhou a imortalidade. Sávio plantou a denúncia para que fosse colhida a materialidade. Sávio contou a verdade e censurou o descalabro mais do que institucional. Sávio primou pela ética revestida da mais solene moral. Sávio foi vitimado em acerto de contas sem ponto final...
      Os bichos da vez diante das mesmas grades de uma prisão. Os bichos da vez diante da mesma atividade criminosa em questão. Os bichos da vez na contra mão da história jurídica de uma nação republicana.  Os bichos da vez, aqui e acolá, devidamente punidos sem pestanejar. Os bichos da vez, condenados pelo mesmo olhar. Os bichos da vez, aprisionados – em segurança máxima, para não mais “mandar” assassinar. Os bichos da vez, sem arca de Noé para embarcar. Os bichos da vez, sentenciados pelas atrocidades cometidas em mais de uma ocasião corriqueira. Os bichos da vez, banidos da convivência social na pátria brasileira.
      Uma folha ao vento... Um fruto maturado... Um crime bárbaro neste estado federado. Um bicheiro destronado. Um jornalista destemido. Um empresário assassinado. Um arcanjo decaído. Um cidadão executado. Um veredicto em breve anunciado: Culpado!
Airton Reis, professor, poeta e embaixador da paz em Mato Grosso. airtonreis.poeta@gmail.com


Justa partilha; perfeita produção! AIRTON REIS*

Justa partilha; perfeita produção!
AIRTON REIS*


      Os poços de um visconde aquém de um sabugo de milho falante. Os poços de um combustível aquém dos domínios de uma plataforma perfurante. Os poços de um bem natural aquém e além de uma reserva legal. Os poços de uma discórdia gananciosa chamada pré-sal. Nacionalidades e concessões questionadas. Milhas alteradas. Camadas exploradas.
      Justa partilha sem qualquer predileção. Perfeita produção sem qualquer favorecimento. Justa partilha além de um parlamento equivocado. Perfeita produção distribuída entre todo e qualquer município e entre todo e qualquer Estado Federado.

      Royalties mais do que contestados juridicamente. Vetos de uma presidente. Vetores de uma sociedade civil organizada. Vértices edificantes de uma mesma alvorada. Passeatas e movimentos em disputa mais do que acirrada. Opinião pública publicada. Brasileiros e brasileiros herdeiros no mesmo testamento da pátria legalmente codificada. Proporção distribuída deveras equilibrada.

      Dividendos públicos e dívidas sociais numa mesma conta reprovada. Igualdade simulada em cota de efeito mais do que tardio. Igualdade distanciada em mais de um desvio. Igualdade trocada em miúdos triturados. Igualdade ignorada em parlamentos saturados. Igualdade mumificada em templos saqueados. Igualdade em passo de gigante sem qualquer demagogia. Igualdade em compasso ampliado pela democracia. Igualdade em esquadria.

      Levante econômico em colunas irmanadas. Riquezas asseguradas por uma mesma égide constitucional. Brasil antes e depois de um império colonial. Brasil antes e depois de uma divisão territorial. Brasil antes e depois de um mesmo mar continental. Brasil antes e depois de Monteiro Lobato em previsão mais do que real. Brasil do agora e do imediato. Brasil acima de qualquer contrato passageiro. Brasil do mesmo lábaro iluminado além do Cruzeiro. Brasil por inteiro. Brasil da ordem legal. Brasil do progresso nacional. Brasil antes e depois do pré-sal. 

      Prosperidade ao povo brasileiro. Dignidade ao povo além das migalhas esmoladas pelo pão de cada dia. Soberania ao povo na ordem do dia. Vida longa ao petróleo brasileiro em toda e qualquer baía. 

      Justa partilha; perfeita produção! Enquanto isso, que todos nós brasileiros almejemos o fim de qualquer regalia. Enquanto isso, que todos nós brasileiros compartilhemos da verdadeira cidadania. Enquanto isso, que todos nós brasileiros desfrutemos além dos versos sem rima advindos de cada refinaria.
(*) Airton Reis, professor, poeta e embaixador da paz em Mato Grosso. Crônica classificada no “Concurso Nacional Novos Poetas”, integrante da Antologia “Poesia Livre”, 2013, Vivara Editora, São Paulo-SP.



segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Poetas dias e noites...

Poetas dias e noites...
      Luz solar. Seiva literária. Raiz secular. Folhas ao vento. Flores polinizadas. Frutos pendentes. Versos por germinar. Sonetos para musicar. Poemas maturados. Livros publicados. Poesias guardadas. Auroras e madrugadas. Palavras iluminadas. Frases em orações. Sujeitos em predicados. Verbos conjugados. Adjetivos apropriados. Substantivos e pronomes. Voz ativa. Voz passiva. Voz reflexiva. Objeto direto. Regência e concordância.
      Páginas encadernadas. Páginas folhetim. Páginas sentimento. Páginas emoção. Páginas partituras. Páginas canção. Páginas melodia. Páginas declaração de amor. Páginas pensamento pacificador. Páginas encontros marcados. Páginas recursos naturais conservados. Páginas da Floresta Tropical. Páginas do Pantanal. Páginas do Cerrado do Brasil central. Páginas do Araguaia mais do que fluvial. Páginas da Caatinga de um mesmo sertão. Páginas dos pampas mais do que cavalgados. Páginas dos centros urbanos congestionados.
      Poetas dias e noites numa mesma rotação. Poetas dias e noites em paralelos unificados. Poetas dias e noites em continentes irmanados. Poetas dias e noites em fazer cultural. Poetas dias e noites aquém de um sarau. Poetas dias e noites de mel e de sal. Poetas dias e noites de solidão e de companhia. Poetas dias e noites de opressão e de democracia. Poetas dias e noites de guerrilhas e de guerras. Poetas dias e noites de carências e de mazelas. Poetas dias e noites das mansões e das favelas.
      Poetas dias e noites nas equações de igualdade. Poetas dias e noites nas frações de liberdade. Poetas dias e noites nas petições pelo justo e pelo perfeito. Poetas dias e noites na cadência de um mesmo peito. Poetas dias e noites com e sem luar no céu estrelado. Poetas dias e noites com e sem o tempo nublado. Poetas dias e noites com e sem o circo armado. Poetas dias e noites com e sem o pão compartilhado.
      Somos poetas sim senhor e sim senhora! Somos poetas nesta e em qualquer hora. Somos poetas aquém da moda de qualquer viola. Assim nascemos para poetizar... Assim as rimas nos nutrem em cada despertar...    
   - Hoje é o nosso dia. Hoje é a nossa noite. Viva o nosso dom. Viva a nossa literatura em bis e refrão!
Airton Reis, professor, poeta e embaixador da paz em Mato Grosso. airtonreis.poeta@gmail.com



Adeus deputado!

Adeus deputado!

    Homero Pereira diante da eternidade proclamada na Escritura Sagrada. Homero Pereira chamado e escolhido diante da bem aventurada representatividade política e social. Homero Pereira em desenlace espiritual. Homero Pereira deputado estadual e federal de um estado eminentemente agrícola por natureza.
    Homero Pereira fortaleza resistente da democracia. Homero Pereira fonte inesgotável da cidadania. Homero Pereira da vida pública ilibada. Homero Pereira da atividade parlamentar dignificada pelo ato de legislar. Homero Pereira em novo lar. Homero Pereira em novo despertar. Homero Pereira na plenitude da paz prometida aos que conjugam o verbo amar...
    Hora da despedida irmanada em saudade. Minuto das condolências endereçadas a mais de uma cidade mato-grossense. Segundo do conforto espiritual estendido aos seus familiares. Hora da Bandeira do Estado de Mato Grosso a meio mastro. Minuto da fênix renascida além de um Brasão institucional. Segundo da melodia celestial.
    Versos formatados em prece e em oração. Versos ampliados em reconhecimento e em gratidão. Versos compassados na amizade verdadeira. Versos sem fronteira. Versos alados. Versos digitados. Versos virtuais. Versos em obituários dos jornais. Versos cunhados em sentimento cristão ampliado. Versos para quem fez do trigo o pão compartilhado.
    Vai deputado Homero Pereira, vai! Prossiga com a certeza da probidade praticada além da vida pública que o enalteceu em deveres cumpridos, em direitos correspondidos e principalmente em obrigações observadas. Doravante, outros caminhos, outras jornadas. Doravante, as constelações iluminadas. Doravante, a Casa do Pai por acolhimento. Doravante, a Morada do manso e do pacificador. Doravante, a Primavera no Jardim do Criador.
    Lá, o agricultor Homero continuará em sua missão... Lá, o deputado Homero Pereira permanecerá sinônimo de representação... Lá, o amigo Homero Alves Pereira prosseguirá em sua evolução. Ide em direção à paz!
Airton Reis, professor, poeta e embaixador da paz em Mato Grosso. airtonreis.poeta@gmail.com


É na escola...

É na escola...
     “É na escola que se aprende, se discute, se constrói os direitos de todas as gerações que para serem eficientes precisam interligar os valores dos quais são oriundos através de uma teia de convivência social real e não apenas formal nos códigos dos países onde vigora o sistema da Civil Law”. (Marcos Relvas – “Tolerância: O valor da Paz”).
       É na escola que surgirá o raiar de um novo tempo cronometrado pelo saber universal. É na escola que a humanidade dará os primeiros passos rumo ao mundo ideal. É na escola que a família será ampliada em convivência fraternal. É na escola que o ensino e a pesquisa se estendem além da educação fundamental.
      Escola de pensadores. Escola de construtores. Escola de doutores. Escola de senhoras. Escola de senhores. Escola de todos os continentes. Escola de todas as nações. Escola de todas as crenças. Escola de todas as religiões. Escola de todas as idades. Escola de todos os ofícios. Escola de todas as profissões. Escola dos talentos multiplicados. Escola dos dons revelados. Escola das alunas e dos alunos matriculados.
      Professores e mestres. Pedagogia e educação. Ensino e orientação. Formação e direção. Direitos e deveres elencados. Obrigações efetivadas. Diligencias e delegações. Organismos e instituições. Conhecimento e cultura. Ciência e arte. Napoleão além de Bonaparte. Maria depois da Antonieta. Firmamento e luneta. Estrelas e constelações. Astros e cometas incandescentes. Órbita e orbital. Ordem regimental. Progresso intelectual.
      É na escola o descobrimento. É na escola o invento. É na escola a estação. É na escola o trilho. É na escola o vagão. É na escola a ligação. É na escola o caminho. É na escola a jornada. É na escola a palavra. É na escola a cartilha. É na escola a letra. É na escola a alfabetização. É na escola o livro. É na escola a apostila. É na escola a biblioteca. É na escola o computador. É na escola o princípio do ensino. É na escola a valorização da pesquisa. É na escola o legado da educação.
      E o que assistimos aquém da tela da televisão? Violência continuada ou intolerância generalizada em ação? Realidade sem qualquer ficção...
   É na escola que cultivamos a nossa esperança de paz compartilhada em cada alvorecer, por toda e qualquer nação. É na escola que renovamos a certeza do valor contido e incontido em cada saber, por toda e qualquer lição. É na escola que desbastamos as arestas pontiagudas movidos pela busca continuada da justiça e da perfeição.
Airton Reis, professor, poeta e embaixador da paz em Mato Grosso. airtonreis.poeta@gmail.com


Males do mesmo bem

Males do mesmo bem

      Males de uma causa mais do que emergencial. Males de uma infância aliciada pelo mundo marginal. Males de uma pátria retratados em mais de uma manchete de jornal. Males de uma família ignorados pelo poder central. Males de uma humanidade perpetuados além de um boletim de ocorrência policial.
      Bem viver. Bem estar. Bem educar. Bem orientar. Bem corrigir. Bem conduzir. Bem governar. Bem legislar. Bem julgar. Bem absolver. Bem condenar. Bem punir. Bens interligados numa mesma conexão mais do que virtual. Bens elencados numa mesma Constituição Federal. Bens ameaçados em tempo real. Bens vitimados pelo mesmo Código Penal.
      Sociedade dos pedintes de paz urbana e rural. Sociedade dos agravantes mais do que políticos ou quiçá social. Sociedade da maioridade penal estacionada no Congresso Nacional. Sociedade do Estatuto sem qualquer respaldo institucional. Sociedade da delinqüência militar e civil. Sociedade da falência estudantil. Sociedade da pátria republicana chamada Brasil.
      Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos? Quantos desenganos? Aonde os planos? Quando as reformas políticas? Quais as urgências sociais? Por que os delinqüentes joviais? Quem são as vítimas fatais? Programas de televisão, redes virtuais, revistas ou jornais? Índices ou reincidências factuais? Fatalidades ou fragilidades legais? Realidades ou falácias existenciais?
      Escolaridade avançada ou marginalidade galopante? Precariedade comprovada ou barbaridade sem qualquer atenuante? Males de um mesmo bem agonizante. Males de um mesmo bem alvejado em tiro certeiro. Males de um mesmo bem depredado além de um banheiro. Males de um mesmo bem ignorado por inteiro.
      “Casa de ferreiro, espeto de pau”. Casa da democracia erguida sob o mesmo lamaçal. Casa da encosta atingida por mais de um vendaval. Casa da vizinhança envolta em calamidade mais do que ocasional. Casa do povo em mais de uma cidade nem sempre populosa. Ninho do ovo da mesma serpente mais do que venenosa... Verso sem prosa... Mar sem rosa... FIM!
Airton Reis, professor, poeta e embaixador da paz em Mato Grosso. airtonreis.poeta@gmail.com