quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Dor fingida

Dor fingida

De dor fingida não constituirá o meu verso.
Não empresto rimas melancólicas para falar do cortejo fúnebre dos rios e traduzir o sentimento do coração pantaneiro.
Não! Não falarei da morte pela morte, do fim pelo fim.
Não cantarei a exploração que dizima floreada com pobres rimas somente para serem páginas esquecidas no tempo das fábricas, nos espaços das cidades.
Sim! Falarei da morte pelo capital, do fim do Pantanal.
Cantarei a exploração pseudo-racional e o meu canto será denúncia.
Sim! Ouvirei o estrondo que ecoa das florestas ao Norte:
Madeiras de lei vida ou morte?
Sim! Sentirei a fuga dos repteis sob as trilhas que conduzem o do fogo exterminador.
E voarei com o bando de pássaros que abandonam os ninhos incendiados.
E nadarei nos rios contaminados.
E serei poeta sentidor...
Dor que deveras sente sem ser fingidor.
Airton Reis, professor, poeta e embaixador da paz em Mato Grosso.

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