quarta-feira, 19 de março de 2014

Paradeiro da Princesa (D. Isabel) – Perguntamos!

Paradeiro da Princesa (D. Isabel) – Perguntamos!

   Andará Vossa Majestade, aonde não há qualquer gorjear de um sabiá laranjeira em uma palmeira imperial? Andará Vossa Majestade, aonde o vento e a tempestade não se fazem sinônimo de qualquer calamidade mais do que ambiental?
    Andará Vossa Alteza Real, por acaso, diante das colunas do templo da liberdade erguidas além da nossa terra natal? Andará Vossa Alteza Real, por ventura, dentro dos pavimentos de um palácio em nada corrompido e regido pela Justiça Celestial?
    Andarás, S.A.I.R (Sua Alteza Real e Imperial D. Isabel), além das inicias com que fora tratada em Vossa Regência, sendo ouvida e aclamada pelos fiéis súditos de uma Nação continental por natureza obreira? Andará, S.A.I.R, no tempo universalizado além de qualquer nobreza passageira?
    Ó Princesa, nos responda quer seja em alforria!
    Ó Princesa, o Vosso trono foi trocado pela república da pirataria!
    Ó Princesa, carecemos de uma Ordem para banirmos a anarquia!
    Aqui, o atraque é geral e continuado. Aqui, o público e confundido com o privado. Aqui, a inocência paga pelo culpado. Aqui, tanto na origem, quanto na duração ou na amplitude, a Lei é constitucional, penal, eleitoral, processual, trabalhista, militar, civil, etc. e tal... Aqui, não só os governos Municipal, Estadual ou Federal é que nos torna dignos do nome Brasil mais do que Tropical. Aqui, a desigualdade é mais corriqueira do que aquela constatada em nível social.
    Esparsos e extravagantes são todos os que fazem dos Poderes instituídos uma representação mais do que municipal. Nem tudo se consolida em democracia advinda de qualquer que seja o pleito eleitoral. Vivemos distantes do valor cívico de uma cidadania nacional. Aqui, até parece que imitamos o tempo romano além de um coliseu. Aqui, não há qualquer Marília em carta recebida pelo pseudônimo de Dirceu.
    Todavia, os derrames se alastram além das bocas e das garras de um leão esfomeado. Aqui, o público, por vezes, é tratado como gado. Explicamos: Não queremos dizer que vivemos de pasto numa invernada pantaneira. Não queremos afirmar que apenas pisotear seja o nosso verbo na sonoridade de um berrante ecoado além de uma fronteira. Aqui, o pão de cada dia, nem sempre advém de uma regalia ou de uma caridade institucional mais do que agravante e costumeira. Aqui, mais de um infante já se alistou no mundo marginal sem qualquer uniforme, merenda, ou sala de aula sem professor e sem carteira.
    Médicos? Importamos em ilegalidade! Professores? Remuneramos em precariedade! Terra? Casa? Habitação! Lazer? Segurança? Legislação? Poucos com muita e muitos com pouca!
    Continuamos, nem sempre obedientes, a sermos um povo inerente à hierarquia além do âmbito legal. Continuamos brasileiras e brasileiros irmanados pelas conquistas advindas aquém de qualquer Poder regimental. Continuamos trovadores em versos que primam pela liberdade em mais de uma expressão.
    Continuaremos perguntando, insistentemente, por andará Sua Alteza Real e Imperial Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança, e depois Bourbon?
    Sabemos que Vossa Majestade não fora a primeira a comandar, como chefe de Estado e de governo, os destinos mais do que políticos do Brasil. Sabemos que, para as páginas da nossa História será sempre a terceira, após a Vossa avó D. Lepoldina e a Vossa trisavó Dona Maria I, a desempenhar os fados e encargos administrativos que não se restrigiram aos vereditos de uma inconfidência finalizada em prisão, degredo e forca...
    Todavia, ainda sabemos, que ocuparas, para sempre, e, incontestávelmente, o lugar de primeira senadora do Brasil, cargo a que teve direito, e, exerceu, como herdeira do trono a partir dos 25 anos de idade conforme a Constituição de 1824, a primeira Carta Constitucional do Brasil.
    Ó Redentora, precedida em regência pelo Vosso pai D. Pedro II do Brasil, e sem nenhum sucessor, posto que a República Federativa do Brasil foi proclamada! Olhai por nós filhos e filhos de uma Pátria outrora amada e idolatrada em mais de um Pavilhão!
    Ó Dona Isabel, que aos 14 anos e, de acordo com o artigo 106 da Constituição Imperial, prestastes o juramento de "manter a religião católica apostólica romana, observar a Constituição política da nação brasileira e ser obediente às leis e ao imperador”. Volvei os Vossos olhos ao nosso destino de Nação em desenvolvimento deveras sutentado, enquanto Estado laico e sem qualquer gênero ou espécie de preconceito velado ou declarado!
    Ó Redentora, precedida em regência pelo Vosso pai D. Pedro II do Brasil, e sem nenhum sucessor, posto que a República Federativa do Brasil foi proclamada! Olhai por nós filhos e filhos de uma Pátria outrora amada e idolatrada em mais de um Pavilhão!
    Ao final, aprendemos que,  mesmo já banida desta Pátria que fizeste livre de mais de um cativeiro, com a morte do Vosso pai, em 1891, tornas-tes a chefe da Casa Imperial e a primeira na linha sucessória, sendo considerada, de jureSua Majestade Imperial, Dona Isabel I, Imperatriz Constitucional e Defensora Perpétua do Brasil.
    Por todos os páragrafos apontados nesta indagação, bem como pelo amor ao próximo que Vós declarastes ao assinar a Lei Auréa que nos assegurou a Abolição, responda-nos, sem demora, e, em mais de um artigo assinado em opinião:
    – Por andarás Vós Princesa Isabel? Qual o Vosso (real) paradeiro?
    Na esperança compartilhada, aquém e além de uma urna apurada em pleito universal, secreto e universal, de que ainda um dia, saberemos distinguir a monarquia, a que com fidelidade jurastes, de qualquer demagogia, ora e outrora, galopante e em mais de uma montaria que insiste em nos chicotear e nos cravar a espora sem qualquer parcimônia ou trégua de um autêntico cavaleiro em nada imperial, aqui nos despedimos em poesia...
    Sem mais, saiba ainda que pelo Brasil, continuaremos vigilantes não só em prosas ou quiçá em versos substancialmente margeados pela essência que nos torna, de fato e de direito, as obreiras e os obreiros de uma almejada democracia!
    Deste poeta que assina Airton Reis. Cuiabá-MT, 19 de fevereiro de 2014.


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