quarta-feira, 19 de março de 2014

Praças e pedestres ocasionais. Nada mais!

Praças e pedestres ocasionais. Nada mais!
     Praça central. Praça patrimônio cultural. Sinos e sinais. Ponteiros e horas marcadas. Parcerias institucionais. Torres geminadas. Praça da República das fachadas. Praça de um Alencastro governante. Praça de um vendedor ambulante. Praça de uma fonte outrora luminosa. Praça em verso. Praça em prosa. Praça de um senadinho representativo em cidadania. Praça em canteiro. Praça em cantoria.
     Praça da periferia. Praça da ponte. Praça do porto. Praça da boca. Praça do matagal. Praça da área central. Praça dos palanques de antigamente. Praça do morro sem luz. Praça do Bom Jesus. Praça de Cuiabá. Praça do terminal. Praça Paschoal Moreira Cabral. Praça do Baú. Praça do Beco do Urubu. Praça do Beco do Candeeiro. Praça do Cruzeiro. Praça da Mandioca. Praça do Motorista. Praça Albert Santos Dummont. Praça do artesão. Praça do artista. Praça Marechal Rondon...
     Praça do peixe? Praça do Museu? Praça do pescador? Praça do turista? Praça do Choppão? Praça da onça pintada por João Sebastião? Praça da capivara criada em cativeiro? Praça da Paz encoberta em nevoeiro? Praça do Ipiranga sem margem, sem grito e sem imperador? Praça do pequeno agricultor? Praça do comércio popular? Praça florida? Praça arborizada? Praça abandonada?
     Quantas Praças sem banco? Quantas Praças sem iluminação? Quantas Praças sem função? Quantas Praças sem Pavilhão? Quantas Praças sem Bandeiras tremulantes? Quantas Praças esquecidas por sucessivos governantes? Quantas Praças sem qualquer limpeza? Quantas Praças sem nenhuma segurança? Quantas Praças permeadas em mais de uma lembrança? Quantas Praças sem parque? Quantas Praças sem criança? Quantas Praças tombadas em ruínas sem restauração? Quantas Praças sem visitação?
     Praças com nomes de ilustres cidadãs e cidadãos brasileiros homenageados além do legislativo municipal. Praças de uma Vila elevada à categoria de Capital. Praças de um caos urbano emergencial. Praças inadequadas para a cidade sede da Copa Mundial.
     Praças que passaram. Praças que ficaram.  Praças que passaremos. Praças que não esqueceremos. Praças que avistaremos: Diante delas, seremos apenas páginas quiçá estampadas em boletins de ocorrências policiais? Nada mais? Dou-lhe uma! Dou-lhe duas! Dou-lhe três! Quem dá mais? Vendidas para os pedestres ocasionais!
Airton Reis, professor, poeta, embaixador da paz, vice-governador da Associação Internacional Poetas Del Mundo – Mato Grosso. airtonreis.poeta@gmail.com


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