segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Males do mesmo bem

Males do mesmo bem

      Males de uma causa mais do que emergencial. Males de uma infância aliciada pelo mundo marginal. Males de uma pátria retratados em mais de uma manchete de jornal. Males de uma família ignorados pelo poder central. Males de uma humanidade perpetuados além de um boletim de ocorrência policial.
      Bem viver. Bem estar. Bem educar. Bem orientar. Bem corrigir. Bem conduzir. Bem governar. Bem legislar. Bem julgar. Bem absolver. Bem condenar. Bem punir. Bens interligados numa mesma conexão mais do que virtual. Bens elencados numa mesma Constituição Federal. Bens ameaçados em tempo real. Bens vitimados pelo mesmo Código Penal.
      Sociedade dos pedintes de paz urbana e rural. Sociedade dos agravantes mais do que políticos ou quiçá social. Sociedade da maioridade penal estacionada no Congresso Nacional. Sociedade do Estatuto sem qualquer respaldo institucional. Sociedade da delinqüência militar e civil. Sociedade da falência estudantil. Sociedade da pátria republicana chamada Brasil.
      Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos? Quantos desenganos? Aonde os planos? Quando as reformas políticas? Quais as urgências sociais? Por que os delinqüentes joviais? Quem são as vítimas fatais? Programas de televisão, redes virtuais, revistas ou jornais? Índices ou reincidências factuais? Fatalidades ou fragilidades legais? Realidades ou falácias existenciais?
      Escolaridade avançada ou marginalidade galopante? Precariedade comprovada ou barbaridade sem qualquer atenuante? Males de um mesmo bem agonizante. Males de um mesmo bem alvejado em tiro certeiro. Males de um mesmo bem depredado além de um banheiro. Males de um mesmo bem ignorado por inteiro.
      “Casa de ferreiro, espeto de pau”. Casa da democracia erguida sob o mesmo lamaçal. Casa da encosta atingida por mais de um vendaval. Casa da vizinhança envolta em calamidade mais do que ocasional. Casa do povo em mais de uma cidade nem sempre populosa. Ninho do ovo da mesma serpente mais do que venenosa... Verso sem prosa... Mar sem rosa... FIM!
Airton Reis, professor, poeta e embaixador da paz em Mato Grosso. airtonreis.poeta@gmail.com


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