quinta-feira, 9 de maio de 2013

Rumos e rumores


Rumos e rumores   
        Por onde caminha a desvalida democracia? Quem respalda e fiscaliza o parlamento dito cidadão? Com quantas letras se escreve a palavra Constituição?
      Por que na educação pública impera o descaso em mais de uma administração? Até quando a saúde pública será sinônima de desatenção? Como nos calar diante da mesma mazela sem solução?
      Rumos e rumores de uma nação republicana por natureza. Rumos e rumores de um estado apequenado em sua grandeza. Rumos e rumores de um grão sem escoamento. Rumos e rumores de uma escola sucateada. Rumos e rumores de uma obra super faturada. Rumos e rumores de uma pátria saqueada. Rumos e rumores de um país além do Palácio da Alvorada.
      Remos sem remadores. Ramos sem flores. Rabiscos dos legisladores. Réplicas sem tréplicas dos interlocutores. Senhores enganadores. Senhores investidos de poder. Senhores distanciados do saber. Senhores sujeitos em mais de uma oração deveras coordenada. Senhores da promessa política prorrogada. Senhores da ordem tumultuada. Senhores da obra inacabada.
      A mesma rodovia sucateada. A mesma rua desviada. A mesma avenida quiçá modernizada. Outra eleição antecipada. Outro voto perdido. O mesmo eleitorado preterido. O mesmo público pagante. O mesmo descaso de mais de um governante. Mais de uma nascente sem cheia e sem vazante. Mais de um meandro desviado. Mais de um parlamento investigado. O mesmo parlamentar mais do que denunciado.
      Inocente ou culpado? Inoperante ou mal acostumado? Ilegal ou autorizado? Infante ou relegado? Reincidente ou gato escaldado? Água fria ou chaleira em ebulição? Imputabilidade ou estatuto da perdição? Autoridade ou prevaricação? Mobilidade urbana ou modernidade movida pela corrupção?
      Casa do povo ou palacete assombrado? Casa do povo ou gabinete loteado? Casa do povo ou papel picado? Casa do povo ou direito relegado? Casa do povo ou dever esquecido? Casa do povo ou parlamento corrompido? Casa do povo ou migalha do mesmo pão amanhecido?
      Rumos e rumores num mesmo ouvido. Ouçamos a Lei! Sem nenhum reinado perpetuado, sem qualquer rei. Rumos e rumores: Eu escrevo. Tu lês. Ele age. Nós opinamos. Vós investigueis. Eles usam e abusam da bolada da vez. Rumos e rumores: Quanta insensatez!
Airton Reis, professor e poeta em Cuiabá-MT. airtonreis.poeta@gmail.com

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