terça-feira, 15 de outubro de 2013

Tango político, fado social...

Tango político, fado social...

     Nem Espanha e nem Portugal. Nem Palácio da Alvorada e nem Congresso Nacional. Pista sem salão. Trilho sem vagão. Trigo sem pão. Safra sem exportação. Escola sem educação. Saúde sem internação. Segurança sem solução. Meio ambiente de meia arrastão. Papuda nos confins da corrupção. Barbuda só a mulher do circo do “mensalão”. Barbosa, do cravo sem canela. Amor à vida, só em novela. Mais médico ou mais favela? Minha casa ou minha panela?
     Fronteiras diante dos sinônimos de sentinelas. Pistas ou passarelas? Estradas ou rodovias duplicadas em balelas? E lá vem a eleição subindo e descendo a mesma ladeira. E lá vem a Copa do Mundo na pátria da chuteira.
     Trave sem travessão. Arena Pantanal em fase de conclusão. Cadeira do trono do rei Salomão. Cadeira cromada em prata boliviana. Cadeira almofadada de chitão. Cadeira da tribuna da população. Cadeira do fundo em falsetes. Cadeira dos palacetes.
     Vale à pena ouvir de novo, e, talvez até dançar. Valsa de Viena na vitrola de uma Veneza nem tanto alagada. Moda de viola tocada numa pátria desfalcada aquém de uma seleção mais do que classificada. Sertanejo nem tão universitário assim. Molejo na percussão de um mesmo tamborim. Samba no pé de raiz além de um morro pacificado. Rasqueado cuiabano mais do que popular. Chula só para que souber sapatear. Espada da mesma Congada. Batuque genuíno. Pagode em mais de uma rodada...
     Desfeiteira, Serafina ou Carimbó? Ciranda ou Maracatu? Frevo ou Maculelê? Dança vilão, o Brasil já te conhece mesmo sem Cartola e sem Jamelão. Pau-de-fita não é Fandango em dança circular. Balainha também não é balaio no tablado destinado para dançar. Catira também pede passagem e estadia. Siriri das saias rodadas antes e depois de qualquer festival. Cururu: Chora a catraca, rufa o bombo mais do que musical!
     Acima e abaixo de qualquer tango político ou ainda de qualquer fado social, viva permanecerá a tradição e o costume do povo brasileiro. Lembrete final: Nossa Folia de Reis acontece apenas no dia 6 de janeiro...
     Afinal, transcrevemos o último parágrafo inacabado sobre o tango político em trágica apresentação nada cultural. Ao final, ouçamos não apenas o murmúrio em nada ibérico do nosso fado social.  Mascarados nem antes e nem depois do Carnaval. Desafinados e desengonçados: Bumba meu boi tropical!
Airton Reis, professor, poeta e embaixador da paz em Mato Grosso. airtonreis.poeta@gmail.com


    

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