terça-feira, 15 de outubro de 2013

Vinicius vive!

Vinicius vive!


   Sonoridade e melodia. Partitura e violão. Samba canção. Maestria musical. Inovação temporal. Brasil continental. Rio de Janeiro berço natal. Poeta modernista vocacional. Jornalista aplicado. Diplomata reconhecido. Dramaturgo atuante. Poeta e compositor polido e lapidado em diamante. Amante nato. Fonte e regato. Remanso e corredeira. Cristal transparente. Lirismo presente. Homem. Gente! Centenário de nascimento reluzente...

   Vinicius vive além de um soneto no raiar da Bossa Nova. Vinicius vive em verso e em prosa. Vinicius vive em parceria harmoniosa. Vinicius vive com Toquinho e Tom Jobim. Vinicius vive com Badel Powell e João Gilberto. Vinicius vive em mar aberto. Vinicius vive em litoral avistado. Vinicius vive concebido sem pecado. Vinicius vive em imagem e semelhança mais do que cultural. Vinicius vive no Centro Oeste do Brasil Central...
   Filho de pianista e violinista amadores. Cantor de corais. Graduado em Ciências Jurídicas e Sociais. Letrista popular. “Orfeu da Conceição”. Poetinha e conquistador. Nove casamentos e o mesmo amor. Gavião da Gávea. “Chega de saudade”. “Eu sei que vou te amar”. “A Felicidade”. “Garota de Ipanema”. “Sob o Trópico de Câncer”: “Tarde em Itapoã”, “A Tonga da Mironga do Kabuletê”...
   Vinicius vive: “Se todos fossem iguais a você”. (“Que maravilha viver!”). Vinicius vive: “Só danço samba”. “Das rosas”, o perfume perpetuado em mais de um alvorecer. “Como dizia o poeta”: “Regra três”, “Tudo na Santa Paz”. “Onde Anda Você”. “Arca de Noé”, quem nem inglês vê. Sonetos, poemas e baladas. Vinicius vive em páginas desfolhadas. Vinicius vive: “Ai dos homens que matam a morte por medo da vida perecer”. Vinicius vive no “Caminho da distância”, percorrida e cronometrada pelo verbo ser...
“Quero ir-me embora pra estrela/ Que vi luzindo no céu/ Na várzea do setestrelo. /Sairei de casa à tarde/ Na hora crepuscular/ Em minha rua deserta /Nem uma janela aberta/ Ninguém para me espiar// De vivo verei apenas/ Duas mulheres serenas /Me acenando devagar. /Será meu corpo sozinho /Que há de me acompanhar/ Que a alma estará vagando/ Entre os amigos, num bar”... Vinicius de Moraes – “A partida”).
Airton Reis, professor, poeta e embaixador da paz em Mato Grosso. airtonreis.poeta@gmail.com


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