segunda-feira, 9 de setembro de 2013

A fuga, as rusgas e as pulgas

A fuga, as rusgas e as pulgas



       A fuga de um asilado. 
A rusga de um ente federado. 
As pulgas de um cão infestado. 
A fuga mais do que planejada.
A rusga deveras articulada. 
As pulgas além de uma orelha imaginária. 
A fuga nas asas de uma abelha operária. 
A rusga mais do que temerária. As pulgas sem saltos altos e sem sandálias.
       Instante da diplomacia trincada e sorrateira. 
Itamaraty da Alvorada em nada hospitaleira. 
Pátria boliviana. 
Nação brasileira. 
Fronteira ultrapassada. 
Transferência improvisada. 
Acolhida contestada. 
Trâmite legal. 
Salvo conduto sem condutor. 
Boas vindas ao corrupto senador. 
Espremedor sem laranja lima. 
Dedo da presidente Dilma. 
Olhos do Congresso Nacional. 
Ouvidos moucos. Destrato internacional.
      Incidente em percussão. 
Translado terrestre. 
Translado de avião. 
Translado na contra mão. 
Translado mais do que ministerial. 
Translado em desacordo governamental. 
Transladado político. 
Transladado processual. 
Transladado em continuado vendaval. 
Brasília, Capital. Brasília, refúgio passageiro. 
Brasília, paradeiro. 
Brasília, condomínio sem porteiro.
      Caçamba da mesma boiada em travessia. 
Berrante da conturbada democracia. 
Ingerências na ordem do dia. 
Água fria em gato escaldado. 
Café pingado requentado. 
Prato feito em nada comercial. 
Baião de dois sem sal. Goiabada sem requeijão. 
Beijo, beijo. Pão, pão. Mickey, Pateta ou Plutão?
       Walt Disney, não. Realidade sem quadrinhos ou qualquer ficção. 
Irmãos ou Direitos Humanos? 
Patriotas ou incidentes republicanos? 
Fuga fugaz.
 Rusga em andamento. 
Pulgas ou carrapatos? 
Argumentos ou fatos? 
Retratação tardia. 
Estado ou estadia?
 Abrigo ou guarita ilegal? 
Deportação ou franquia institucional?
       Fuga em tempo e em espaço real. 
Rusga além de uma Capital Federal. 
Pulgas importadas. 
Pulgas patenteadas. Pulgas alastradas. 
Pulgas saneadas. 
Pulgas politizadas. 
Pulgas saltitantes. 
Pulgas diplomadas. 
Pulgas plagiadas. 
Pulgas das pernas depiladas...
      - Quem as depilou? 
Em quantos hospedeiros as pulgas em voga o sangue sugou?
PS. O ministério da poesia adverte: Pulgas nem sempre rimam com rusgas. 
O verso continuará livre enquanto perdurar a liberdade de expressão. 
Acima de qualquer ministro, abaixo de qualquer ditadura em qualquer rincão.


Airton Reis, professor, poeta e embaixador da paz em Mato Grosso. airtonreis.poeta@gmail.com


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