segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Química das quimeras

Química das quimeras

    Uma discórdia eclodida em nível mundial. Uma arma letal. Um arsenal. Um povo ameaçado. Um funeral coletivo. Um cativeiro antigo. Um fuzileiro feroz. Um alvo atroz. Um plano traçado. Um míssil direcionado. Uma química na tabela. Uma guerra. Quimeras!
    Reações laboratoriais. Organismos internacionais. Clemências papais. Interferências governamentais. Clamores tribais. Corrosão e corroídos. Mortos e feridos. Invasores e invadidos. Comandantes e comandados. Civis e fardados. Territórios disputados. Poderes desvirtuados. Humanidade em agonia. Fatalidade em andamento.
    Por lá: Setembro sangrento. Setembro na sombra do parlamento americano. Setembro do desengano. Setembro da Síria sem coliseu. Setembro de Damasco sem Romeu.  Setembro das torres tombadas ao chão. Setembro das vítimas do ódio disseminado além de uma nação. Setembro no Oriente sem o trono do rei Salomão.
    Por cá: Setembro das margens de um riacho testemunha de uma independência parcial. Setembro silencioso diante da gritante conivência da maioria dos parlamentares da Câmara Federal. Setembro do fogo apagado em mais de uma ocorrência criminosa. Setembro da água encanada intermitente em verso e em prosa. Setembro no Ocidente de uma pátria republicana nem tanto hospitaleira como no tempo do rei João.
    Fim da lição: Química é história antes de ser elemento. Química pode ser conhecimento antes de ser opinião de um parlamento. Química pode ser a vida perpetuada aquém de uma pipeta manuseada. Química pode ser a morte encomendada. Química pode ser a carta marcada da destruição em massa efetuada. Química pode ser a quimera de um planeta em convulsão acelerada.
    Pelo sim, pelo não, antes ou depois da “guerra química”, a Era da reconciliação. Pelo sim, pelo não, é setembro! Lápis e papel na mão. Humanidade em floração. Paz em plenitude. Fraternidade no coração. Mundo irmão. Deus igualmente é Alá. No Cairo, em Damasco, em Cuiabá...

Airton Reis, professor, poeta e embaixador da paz em Mato Grosso. airtonreis.poeta@gmail.com

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