segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Dona democracia...

Dona democracia...

    Cravos sem rosas para discussões. Cartolas sem lebres para ilusões. Eleições reeditadas. Memórias apagadas. Representantes descomprometidos. Parlamentos corrompidos. Partidos repartidos. Opositores ocultos. Vultos patrióticos maculados. Parlamentares condenados. Ministros afastados. Paz política distante. Público social errante. Poderes desconcertantes ou entes federados? Tronos ou trenós em lagos congelados? Cetros ou cajados? Mantos ou áureas coroas cravejadas por diamantes? Faixa presidencial perpetuada ou travessia em mar sem navegantes? Moralidades postergadas ou improbidades dos postulantes?
    Insistimos em perguntar: Minha casa ou minha vida garantida? Minha creche ou minha escola sem vaga? Minha formação acadêmica interrompida ou minha farda desbotada?  Minha saúde assistida ou minha consulta importada? Minha safra colhida ou minha produção estagnada? Minha pescaria de cada dia ou minha sobrevivência devassada? Minha contratação prorrogada ou minha carteira de trabalho assinada? Minha vizinha ou minha família assaltada? Minha fome de cidadania mais do que virtual ou minha opinião em página de jornal publicada?
    Em dona democracia, a nossa pergunta é coletiva. Em dona democracia, a nossa indignação é geral. Em dona democracia, o voto secreto é privilégio apenas em pleito eleitoral universal. Em dona democracia, vale a sentença do tribunal. Em dona democracia, vigora a Constituição Federal. Em dona democracia, o respeito é norma legal. Em dona democracia, a ordem é dever substantivo e direito institucional. Em dona democracia, o progresso é mais do que uma flâmula na bandeira nacional.
    Estejamos atentos. Uma poderosa e invisível mão, composta por muitos dedos, planeja na mais singular atitude um destino sombrio para a democracia sem dono no país da copa mundial. Estejamos atentos. Afinal, a conta da dona democracia não são contos de réis de uma economia que passou. Estejamos atentos. O balancete republicano é diário oficial mais do que fiel de quem governa, e, ou de quem nos governou... Estejamos atentos... Dona democracia... Não atende pela alcunha de... Ponto final...
Airton Reis, professor, poeta e embaixador da paz em Mato Grosso. airtonreis.poeta@gmail.com


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