segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Acomodações...

Acomodações...


      Entra e sai. Troca e remaneja. Agricultura peleja. Trabalho troveja. Assuntos Estratégicos em hora atrasada mais do que reconhecida. Aviação Civil atrelada além de uma pista prometida. Meta esquecida. Aceleração desarticulada. Rota desviada. Urgência prorrogada. Alvorada ou carteada? Infortúnio ou liberdade de imprensa nem sempre observada?
      Colheita de quem plantou. Salário de quem foi contratado. Fronteira de um mesmo Ocidente ignorado. Fome além de uma barriga descamisada. Bolsa além de uma família de uma mesma pátria mais do que decana em caridade institucional. Escala de quem decolou depois de um mesmo vendaval.
      Esquadra de quem chegou de pára-quedas aquém do Planalto Central. Milhas e muitas léguas de um mesmo sertão. Réguas e algumas polegadas quiçá transformadas em toneladas de uma mesma safra garantida além da exportação. Estradas de um mesmo caminhão. Trafegabilidade ou colisão?
       Mato Grosso mais uma vez na beira da governabilidade federal. Mato Grosso mais uma vez na eira da esteira trançada pela mesma palha em nada artesanal. Mato Grosso cartão postal da natureza em ambiente natural. Mato Grosso no casulo de uma borboleta azulada.
      Mato Grosso na teia de uma aranha mais do que armada. Mato Grosso nos meandros de uma bacia prateada chamada Pantanal. Mato Grosso nas clareiras mais do que tombadas da Floresta Tropical. Mato Grosso nas corredeiras da mesma cachoeira do Cerrado em depressão fluvial.
       Incomodados se mudando. Acomodados se infiltrando. Abandonados reticentes. Desamparados reincidentes. Governados e governantes. Comandados e comandantes. Delegados e meliantes. Assassinos e assaltantes. Viciados e traficantes. Adolescentes e estudantes. Andarilhos e mendicantes. Universitários e conflitos alarmantes. Legisladores e Casas do Povo sem representantes.
      Brasil além de uma Brasília arquitetada pela modernidade. Brasil além de uma Carta Magna observada pela metade da metade. Brasil além de uma desigualdade mais do que social. Brasil além de uma maioridade mais do que penal. Brasil além de um infante mais do que armado. Brasil além de uma infantaria num morro pacificado. Brasil mais do que funcionalmente alfabetizado. Brasil além de um poço de petróleo escavado.
      Acomodados em mais de um gabinete refrigerado. Voz que ecoa além de uma faixa no mesmo peito cruzado: Cala-te ou serás afastado! Acomoda-te ou serás exonerado! Corrija-te ou serás investigado! Continuamos no próximo incomodo mais do que cidadão, e, por hora finalizamos com um antigo refrão: “Menos circo, mais pão!”.

Airton Reis é poeta em Cuiabá-MT. airtonreis.poeta@gmail.com

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