segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Dito e feito...

Dito e feito...

      Entre bombas e balas. Entre baderneiros e mascarados. Entre depredadores e depredados. Entre civis e fardados. Entre ocultos e infiltrados. Entre manifestantes e inconformados. Entre jovens e desempregados. Entre adultos e aposentados. Entre excluídos e ignorados. Entre contribuintes e violentados. Entre gritantes e silenciados. Entre bons costumes e bens lesados. Entre cidadãos livres e censurados:
      Estados federados do Brasil em transes democráticos capitulados distanciados do ponto final. Instantes registrados além das câmaras de um cinegrafista amador ou profissional. Destaques na mídia escrita internacional. Teclados digitalizados em tempo e em espaço mais do que virtual. Trombetas da ingerência governamental. Clarins da moralidade institucional ecoando além das galerias populares Congresso Nacional. Bandas: Concentração, dispersão, ebulição... Fogo!
      Bandas resistentes a qualquer pelotão armado. Bandas reticentes a qualquer musical inacabado. Bandas pertinentes a qualquer direito constitucional relegado. Bandas permanentes em palcos iluminados. Concentração organizada. Concentração pacífica. Concentração continuada. Concentração em opinião publicada. Dispersão desesperada. Dispersão massificada. Dispersão despreparada. Dispersão desnivelada. Ebulição aproximada. Ebulição abafada. Ebulição inflamada. Ebulição generalizada.
      Fogo! Bala de borracha disparada. Fogo! Democracia no Brasil além do Palácio da Alvorada. Fogo! Paulicéia mais do que desvairada. Fogo! Avenida da Paz na pátria amada. Fogo! Candelária sem a última badalada. Fogo! Praça da Bandeira alvejada. Fogo! Avenida Getúlio Vargas da parada paralisada... Fogo! Esplanada dos impropérios visivelmente alvejada. Fogo! Setembro dos noventa dias continuados em um país republicano distanciado de qualquer riacho margeado pelas bravuras de uma monarquia findada além das páginas de uma mesma história. Fogo! Sem Duque e sem barão assinalado pela glória. Fogo! Sem bazuca e sem povo representado. Fogo! Fumaça e folhetim. Fogo! Pandeiro e tamborim... Fogo! Princípio, meio e fim... Teremos dito! Teríamos feito? Dito e feito...
Airton Reis, professor, poeta e embaixador da paz em Mato Grosso. airtonreis.poeta@gmail.com


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