quarta-feira, 23 de julho de 2014

Cunhados a ferro...

Cunhados a ferro...

     Calma lá com a língua portuguesa. O verbo cunhar é muito mais do que inventar a falsa nobreza. Instabilidade ou incerteza política? Rivalidade ou improbidade legislativa? Fazer civil ou fazenda do pasto incendiado? Secretaria da copa ou prisioneiro delatado? Presente ou passado investigado? Membros dispersos ou núcleo concentrado? Sistema ou sintoma de infiltrado?
     Ferro marcado aquém de um brasão institucional. Ferro aquecido no fogo da corrupção mais do que estadual. Ferro de uma nação democrática nascida à luz de uma Constituição Federal. Vigência legal. Conselheiro em nada sentimental.
     Parlamento estadual. Parlamento municipal. Congresso Nacional. Fonte derradeira do mau e do malvado. Penteadeira do mal intencionado. Espelho da decadência política de uma geração. Cabeleira da razão distorcida. Porteira da sociedade superficial. Mamadeira da mordomia mais do que funcional.
      Cunhado a ferro, prosseguimos em mais de um fato real. Pé de pato, mão de onça, etc. e tal. Lavanderia em nada chinesa. Hospedaria prisional. Chancelaria governamental. Pradaria dos investidos de mandato eleitoral. Confraria dos indiciados em mandado judicial. Procuradoria dos procurados em mais de uma ação federal. Defensoria dos citados em mais de uma petição devidamente legal.
      O direito existe em tutela jurisdicional. O dever é incondicional. A obrigação é mais do que um encargo institucional. A justiça continuará imparcial. A liberdade é mais do que uma expressão publicada em manchete de jornal. Todavia, perguntamos indignados: Ainda existirá a moral? E a ética, por onde andará errante? Quem é o farsante? Até quando a desdita e dissimulada anarquia sorrateira? Por que tanto ladrão disfarçado de representante da gente brasileira?
      Um menino, sem carteira de identidade. Um menino, sem carteira escolar. Um menino, sem casa para morar, responde-nos em exclamação:
   - Oh pátria mãe em nada gentil! Oh ferro cunhado em fogo e brasa que nos marca em prantos mil! Quem nos pariu que nos embale! Quem nos baniu que nos restabeleça! Quem nos ignorou que não nos esqueça! Crescemos além de uma geração! Mais pão e menos circo de plantão!
      Continuamos em opinião: Mais segurança, mais saúde, mais educação! Mais Ordem e mais Progresso além de um Pavilhão! Menos corrupção! Menos oportunistas delatados. Menos colarinhos brancos cada vez mais engomados! Menos óbitos advindos de descasos relatados. Mais alunos matriculados. Menos infantes marginalizados. Menos homens públicos lesadores dos Estados Federados da União. De braços dados, a poesia e a cidadania mais do que aladas pelas asas da imaginação...
Airton Reis, professor e poeta em Cuiabá-MT.

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