quarta-feira, 23 de julho de 2014

Nós podemos!

Nós podemos!

           Pátria, País ou Seleção? Povo anfitrião. Adocicar o amargor. Povo torcedor. Despedida ou terceiro lugar? Povo em primeiro lugar. Cartão amarelo na mão. Cartão vermelho aplicado. Prorrogação. Penalidade máxima. Espremedor. Gelo em cubo. Campos gramados. Técnicos deveras capacitados. Jogadores bem remunerados. Recursos públicos. Arenas edificadas. Partidas das bilheterias esgotadas. Vencidos e vencedores. Haveres e penhores.
           Sonhos sonhados. Sonhos preteridos. Sonhos adiados. Sonho sem valsa e sem qualquer doçura. Sonho sem guloseima. Sonho sem travessura. Sonho da chuteira desencravada. Sonho da Pátria Amada. Sonho da Bandeira hasteada em Pavilhão. Sonho do Hino executado na capela do coração. Sonho do Brasão republicano emoldurado em liberdade e em igualdade. Sonho dos perímetros rural e urbano integrados em fraternidade. Sonho de um País. Sonho de um Estado. Sonho de uma cidade.
           Do boi, uma boiada. Do pão amanhecido, uma torrada. Do circo sem lona, um picadeiro. Do placar vergonhoso, uma casualidade. Do placar vindouro, mais de uma habilidade. Bola no pé, bola na trave. Bola no passe, bola na rede. Bola no café, bola no leite derramado. Bola no apito, bola no brado. Bola autorizada, bola impedida. Bola disputada, bola dividida. Bola errante, bola certeira. Bola adversária, bola brasileira.
           Brasil acordado. Brasil reformado. Brasil constituinte. Brasil constitucional. Brasil maioral. Brasil por inteiro. Brasil brasileiro. Brasil ordeiro. Brasil hospitaleiro. Brasil de janeiro a janeiro. Brasil de fevereiro. Brasil do Carnaval. Brasil de junho e julho. Brasil da Copa Mundial. Brasil de outubro. Brasil do pleito eleitoral. Brasil do voto livre, secreto e universal.
           Baião de dois ou biscoito de água e sal? Macarrão instantâneo ou salada tropical? Tablado de marionetes ou novela global? Quantas bocas silenciadas e quantas mãos atadas? Quantas dentaduras e quantas línguas queimadas? Quantas crianças matriculadas? Quantas bolsas ampliadas? Quantos bolsões reduzidos? Quantos mortos? Quantos feridos? Quantos eleitores induzidos? Quantos postulantes equivocados? Contagem em conto real. Pilhagem em lastro institucional. Poder capital.
           Poder econômico. Poder político. Poder social. Poder oriundo da vontade popular. Poder opinar. Poder discordar. Poder equacionar. Poder distribuir. Poder agregar. Poder representar. Poder conviver. Poder melhorar. Poder mudar. Poder inovar. Poder disputar. Poder perder. Poder ganhar. Podemos mais do que os pódios de qualquer atividade esportiva. Podemos uma Pátria viva em direitos, em deveres e em obrigações. Podemos mais do que qualquer estrela de grandeza questionada. Podemos do limão, uma limonada. Podemos laranja com mel e queijo com goiabada...
Airton Reis, professor e poeta em Cuiabá-MT.


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