quarta-feira, 23 de julho de 2014

Mato Grosso: Letras por letras

Mato Grosso: Letras por letras

      Colosso do imenso Brasil. Berço glorioso e gentil. Terra generosa. Nem tanto verso, nem tanta prosa. História de uma mesma geografia. Memória de uma mesma região. Nem tanto ensino, nem tanta educação. Desenvolvimento sustentado deveras voltado para uma mesma integração. Anos de isolamento de um sertão desbravado pelo anonimato mais do que cidadão. Estado rico e promissor. Celeiro do mundo? Sim senhora e sim senhor!
       Uma Copa do Mundo por divisor. Uma população crescente em parâmetro mais do que ignorado por este ou por aquele governador. Um eleitorado ilimitado além de um curral. Uma classe política enriquecida pela parafernália institucional. Uma elite estratificada em lastro social. Uma periferia ignorada além dos perímetros urbanos da Capital. Um manancial hídrico esgotado além de uma Piracema anual. Uma clareira silente alijada na mesma Floresta dita Tropical. Uma cheia e mais de uma vazante numa Planície denominada Pantanal. Um Cerrado em agonia mais do que ambiental. Um trilho desviado por interesse grupal.
       Ah! Mato Grosso de tantos brasões assinalados pela mesma coroa imperial. Ah! Mato Grosso de tantos colonizadores distanciados do quesito ambiental. Ah! Mato Grosso de tantas divisões causadoras da diminuição mais do que territorial. Ah! Mato Grosso sentinela da fronteira internacional. Ah! Mato Grosso dos limites traçados por um sertanista com patente de Marechal. Ah! Mato Grosso capela e catedral. Ah! Mato Grosso interior e capital. Ah! Mato Grosso nossa terra natal. Ah! Mato Grosso paisagem mais do que natural.
       Letras por letras estampadas em cartilhas. Letras por letras aquém e além do Tratado de Tordesilhas. Letras por letras dos filhos e das filhas de geração em geração. Letras por letras de ilustres acadêmicos motivados pela mesma inspiração. Crescimento e produção. Cultura e integração. Castelo de cartas desmoronadas. Palavras lançadas ao tempo em mais de uma ventania. Palavras margeadas em poesia. Palavras inseridas nos parâmetros desgastados pela falsa democracia. Palavras inseridas em mais de uma ordem do dia.
       Nem Forte e nem Arsenal. Nem corte e nem outra divisão territorial. Leste e Oeste. Norte e Sul. Quadrante do Brasil central. Círculo da produção agrícola nacional. Triangulo da pecuária com destino internacional. Reserva mineral. Reserva vegetal... Reserva ética, reserva moral: Onde e quando encontrá-las?  A quem transmiti-las com convicção? Quantos os dedos de uma mesma mão? Quantas as léguas de um mesmo sertão? Quantos os títulos e quantos os titulares da próxima eleição? Quantos os hospitais em construção?
       Mato Grosso: Letras por letras. Quantas escolas mendicantes e sem qualquer atenção? Quantos militares e quantos civis? Quantos Matos Grossos e quantos Brasis? Respondemos em letras escritas com giz. Lousa apagada. Sala de aula esvaziada. Fim de uma lição. Quem assistiu? Quem ministrou? Tio, mestre, doutor, companheiro, aluno ou professor? Aprendiz de literatura, sim senhora e sim senhor!
Airton Reis, professor e poeta em Cuiabá-MT.

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