quarta-feira, 23 de julho de 2014

Terceiro ou quarto?

Terceiro ou quarto?
           O sonho de primeiro lugar acabou em reticências... Sonho interrompido pela goleada alemã mais do que facilitada por ausências. Cartão do capitão. Lesão do artilheiro. Substituição do surdo pelo pandeiro. Tamborim silenciado. Olodum calado. Jogador brasileiro apequenado. Vitória do gigante armado pela habilidade. Vantagem da maturidade.
              Faltou fé? Faltou valentia? Faltou garra? Faltou categoria? Faltas cobradas depois do apito final. Faltas que permanecem sem respostas em qualquer que seja o editorial. Falta de humildade para reconhecer que no esporte o importante é competir. Falta de honestidade para sanar erros e cobrar imperfeições. Falta de verdade ao proclamar antecipadamente que somos campeões.
              Ainda nos resta o bronze derramado. Ainda nos reserva uma disputa mais do que moral. Ainda somos brasileiros do sertão ao litoral. Ainda somos bons de bola no interior e em toda e qualquer capital. Ainda continuamos torcedores da seleção de cinco pontas vezes cinco. Foram-se os anéis. Ficaram-se os dedos. Foram-se os louros da derradeira decisão. Ficaram-se as lágrimas irmanadas numa mesma decepção.
               Desta, a lição do empenho que faltou. Desta, o desenho que ninguém ilustrou. Desta, as bolas que não chegaram nem no travessão. Desta, os passes que mostraram com quantos jogadores se faz uma seleção. Desta, a tristeza e a alegria nas faces de uma mesma moeda. Desta, o tropeção e a queda. Fecha a conta, passa a régua. Dizemos em alto e bom som. Desligamos a televisão e o campeonato mundial continua.
                Nova esperança. A mesma cobrança. O mesmo grito engasgado. Outra partida acirrada. Outra escalação contestada. Sábado teremos goiabada. Argentina ou Holanda? Trigo ou moinho de vento? Esporte ou passa-tempo? Lazer ou diversão? Por hora, vitória do visitante. Cortesia do anfitrião. Vinho chileno? Já provamos... Tomamos agora vinho alemão! Terceiro ou quarto lugar? Não importa, nascemos para jogar. Aprendemos vencer. Aprenderemos disputar. Até breve Brasil Penta Campeão! Em 2018, o jogo continua, e, talvez, sonho do Hexa termine em realidade. Voltemos para a ficção, digo, televisão.


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